quinta-feira, 31 de maio de 2012

O DESCABELADO DA VILA MADALENA

Não sei porque insisto com essa história de sites de relacionamentos, mas atualmente penso que me mantenho conectada apenas para dar boas risadas.
Esse carinha eu conheci - adivinhem??? - isso mesmo: pela internet!!!
Site judaico, o cara era judeu. Isso na verdade não é tão óbvio quanto parece... outro dia conheci um cara neste site que estava na "fase judaica" da sua vida. Era um "wanna be", mas se fazia passar perfeitamente por um judeu, falava hebraico e tudo! Até que lá pelas tantas ele me confessou que a "fase judaica" dele havia passado há alguns meses e que ele agora era adventista do sétimo dia! E olha que ele me enganou direitinho. Só caí na real mesmo quando a gente se encontrou e ele me mostrou a foto de "quando ele era judeu", de barba, peiót, tsitsit e talit. Esse era doido de pedra mesmo! Mas essa é outra história que qualquer dia escreverei.
Pois bem, esse menino, o foco inicial deste texto, me parecia bastante interessante numa primeira olhada. Mas só numa primeira! Porque até hoje me penitencio com um azorrague de auto-flagelação por não ter dado uma segunda olhada antes de prosseguir.
Bom, eu sou meio impulsiva mesmo, então seguimos em frente... 
Conversa vai e conversa vem, ele me contou que é daqui mesmo de São Paulo, mas morou alguns anos em Israel depois de se formar na faculdade. Foi tentar a vida por lá pois aqui não havia achado seu espaço sócio-cultural-profissional.. Em outras palavras, um perdido no mundo que não ia conseguir se situar nem aqui nem na China, muito menos em Israel, visto que quando iniciamos a nossa conversa ele estava terminando de escrever uma tese de doutorado - até hoje não consegui entender bem doutorado em que - e planejava concluir a tal tese nos Estados Unidos.
O fato é que ao invés de acender a luzinha vermelha, meu cérebro deu um comando errado e acendeu várias luzes verdes e coloridas, dando a entender que um cara fazendo doutorado não deveria ser de todo uma pessoa desinteressante... 
MAS ERA! 
Lembro que conversávamos muito à noite e de madrugada. Cara notívago, meio boêmio. Tinha uma única foto no seu perfil em que aparecia todo descabelado, meio feio até. Mas pensei: um cara que põe uma foto dessas pra pegar mulher deve ser, no mínimo, autêntico. E assim fomos trocando informações em clima de romance. Ele morando a poucos metros da minha casa, acordadão a noite, descabelado na foto... 
Olha que romântico: numa de nossas madrugadas virtuais, ao me ouvir reclamar de fome, ele propôs me levar uma sopa de manufatura própria!, às 2 horas da manhã para jantarmos juntos. E ainda me disse que adorava programas assim inesperados, no meio da noite, sem planejamento prévio.
Eu, que adoro um porra louca, fiquei fascinada.
A sopa não rolou por razões óbvias. Eu sou maluca, mas não ia chamar um desconhecido no meu apartamento às duas da manhã, carregando ainda por cima um panelão de sopa de gosto duvidoso. Fico imaginando a cara do porteiro... no mínimo ele ia pensar que eu tava recebendo um despacho naquela hora esquisita. Ia dar muito trabalho pra explicar tudo isso na reunião de condomínio... declinei então da sopada.
Claro que essa personalidade despachada, a poucos metros da minha casa, acordadão a noite e descabelado na foto, foi atraindo minha atenção aos poucos. Me fascinava o fato de ele estar sempre escrevendo a tal da tese, de madrugada porque era notívago, e de ele saber cozinhar, coisa que eu não sei e que sempre valorizei nos homens, nem que seja fazendo uma canja. Tinha também o atrativo da disposição dele de sair a qualquer hora da madrugada em vista de uma boa proposta de diversão.
Cara low profile, nunca quis que fôssemos contato no Facebook... sempre falava que, por enquanto, era melhor deixarmos as coisas como estavam, conversando, nos conhecendo virtualmente... puta azar - ou sorte? - que não vai ver a divulgação do texto sobre a sua pessoa. Há!
Após alguns meses de troca de informações, resolvemos enfim nos encontrar. E foi um encontro bem casual, de acordo com nossas personalidades. Conversando de madrugada, nos perguntamos o que estávamos fazendo - ele pra variar escrevendo a porra da tese, e resolvemos: daqui meia hora na Vila Madalena.
Beleza, ele veio de carro, eu também, e como estava um trânsito desgraçado na Vila, ele deixou seu carro numa esquina qualquer, encontrando comigo no meio da rua. Passei de carro, vi a figura descabelada e buzinei. Estacionamos meu carro e ele sugeriu um bar, com música ao vivo, estilo descolado, sambinha de roda, bem perto de onde moro. Fomos a pé. 
Chegando no bar, ele me conta que é habitué do lugar, e qual não foi minha surpresa quando após pegarmos as bebidas o cara me fala "olha, me espera aqui no balcão que eu vou lá falar com um pessoal que eu conheço e já volto". Fazer o que... esperei. Deu uns minutos o cara volta, fica 5 segundos comigo sem trocar palavra, e fala "peraí que eu vou no banheiro". E assim passou a noite, circulando no bar em busca de conhecidos ou indo ao banheiro. De duas, uma: ou o cara tava com uma puta caganeira, ou tinha arrumado maconha. Porque não é possível alguém de 40 anos fazer isso com outro alguém de 40 anos.
Pô, se o cara não gostou de mim, vamos num café, inventa que tem a porra da tese pra terminar e acabamos logo com o sofrimento! Agora, se o cara quer ir no bar do qual ele é habitué e me leva junto, e se comporta desse jeito, ele só tem desculpa se tiver um distúrbio mental. 
E assim passamos a noite... o cara se cagando no banheiro e/ou fumando maconha, e eu fazendo amizade com um pessoal encostado no balcão, e amaldiçoando cada segundo em que eu não estava na minha cama abraçada com a minha cachorra embaixo das cobertas naquela noite gelada.
Por fim o cara me fala "olha, vamos pagar a conta porque o bar vai fechar daqui a pouco e fica a maior fila pra pagar depois". Aí eu fui né... pagamos e eu perguntei pro descabelado "e aí, vamos embora?".
E aí vem a melhor parte!!!! O cara simplesmente vira pra mim e fala: "acho que eu vou ficar". Ouviram bem? "Acho que EU vou ficar!!!", e não nós!, muito menos me perguntou se eu queria ficar também. Claro que eu não queria, mas só para lembrar, a gente tinha ido a pé pra porra do bar! E já eram mais de 3 horas da manhã! 
O que aconteceu? O óbvio! Dei meia volta, obviamente não consegui um taxi, e fui caminhando até meu carro por alguns quarteirões às 3 horas da madruga junto com os bêbados e as putas.
Foi ótimo! Um programa espetacular!!
Qual não foi minha surpresa quando algumas semanas depois eu encontro com o infeliz na sinagoga... era Yom Kipur, sinagoga lotada, mas ele me viu. E qual não foi minha surpresa maior ainda quando ele veio falar comigo, descabelado como sempre, como se fosse meu amigão! Incrível!!
Eu perdi alguma coisa nesse processo de evolução, mas tenho certeza de que encontraria essa coisa muito bem se tivesse me especializado em psiquiatria!
Só sei que quando me lembro desses caras todos, me aflora uma fissura religiosa e eu levanto as mãos para o céu e agradeço imensamente o fato de ainda estar solteira!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O OUTRO LADO DA MOEDA: UMA VERSÃO MASCULINA! - Por Guimel Mem

Nós geralmente nos compadecemos das mulheres quando têm seus intentos e experiências românticas frustradas por homens insensíveis, pouco inteligentes ou absolutamente "sem noção". Não obstante, gostaria de relatar-lhes o outro lado da moeda.
Todos devem estar se perguntando qual a razão para tamanho acinte ao politicamente correto, já que apreciar histórias estereotipadas é geralmente mais divertido. Mas vamos que vamos! Encontros românticos devem ocorrer entre no mínimo duas pessoas, salvo gostos mais extravagantes, o que não é o caso. A história é entre uma turista de origem russa, chamada Olga, e eu! Não que me lembre de seu nome verdadeiro, mas como ela é russa e acho que tem cara de Olga, decidi chamá-la dessa maneira.
Um tempo atrás, eu estive em Nova York e, como toda pessoa da classe Y, não resisti a uma liquidação e comprei um blazer muito bonito, o qual me deu ares de pessoa mais importante do que eu realmente era. Classe Y? O que é isso? Vocês certamente estarão perguntando-se . O certo é classe C. Classe C, viu?? Por que classe Y? Bem, é que como dizem que houve um avanço sócio-econômico no Brasil, penso que o certo seja classe Y, já que é a letra imediatamente anterior à letra Z. Depois, claro, da reforma ortográfica! Bem, como nossos políticos e a maioria do pessoal da mídia ignoram muitas coisas, estou certo de que ignoram também o alfabeto português. Eles dizem classe C porque só sabem soletrar até esta letra; se soubessem soletrar todo o alfabeto, certamente, nós humildes trabalhadores, portadores do passaporte verde, embora atualmente travestido de azul, seríamos cotados como sendo membros da classe Y.
Passado certo tempo após retornar a Israel, vesti meu lindo blazer e embarquei em um avião da Lufthansa, saindo de Tel-Aviv (não, Tel-Aviv não quer dizer televisão ao vivo) com destino à Frankfurt, na Alemanha. Meu destino final era o Rio de Janeiro. Ah que bonito o RJ‼
Como qualquer homem normal, e principalmente, Sul Americano, fiquei torcendo para que uma mulher bonita e solteira se sentasse a meu lado. Bingo! Às vezes a sorte está do nosso lado e o mundo conspira a nosso favor!
Ela era solteira, muito comunicativa e sorridente e … bem, na verdade, não tão bonita assim … mas considerando que teríamos um vôo de aproximadamente cinco horas, achei por bem relevar este detalhe. Ah… a monotonia de viajar fechado em um avião ficara para trás!
Olga e eu nos divertíamos falando um pouco em hebraico, um pouco em russo e na maior parte do tempo em inglês. Pois é… eu aprendi algumas palavras e frases em russo; tive até duas namoradinhas russas, afinal de contas, há cerca de um milhão de russos em Israel e quem gosta de pratos internacionais, certamente fica tentado em experimentar a famosa carne russa! Então, a melhor maneira para conquistar esse cardápio é aprender um pouco do idioma. Sabe como é, não custa nada tentar agradar as mulheres e falar em seu próprio idioma, não é mesmo?
Entre um refrigerante e outro, Olga me contava que estava indo para os EUA e que havia pegado aquela conexão pela Alemanha. Eu lhe disse que estava indo visitar minha família e ver
se conseguia melhores oportunidades profissionais em solo Brasileiro, já que ninguém é de ferro, não é?
Quando estávamos prestes a aterrissar, trocamos endereços. Olga me passou seu endereço em Tel-Aviv e eu lhe passei o endereço de minha família no Brasil, já que intencionava ficar pelo menos três meses por aqui. Já Olga ficaria um tempo indeterminado em Nova York, tudo dependia de quão bem sucedida ela seria em arranjar trabalho por lá.
Pois bem, passado o tempo previsto, retornei a Israel e fui morar e trabalhar em um kibutz perto de Jerusalém. Passados cerca de dois meses que eu havia retornado a Israel, recebo uma carta de minha mãe e dentro desta carta havia um envelope com outra carta. O que seria? Um convite para alguma festa? Será que eu havia esquecido de algum documento importante? Ou seria um joguinho de montar? Não, não tinha mais idade para isso, então abri o envelope! Sim‼ Olga havia me escrito dos EUA e endereçado a carta à casa de minha família. Nesta carta ela mencionava nosso aprazível vôo e dizia que retornaria a Israel em breve; que estaria em sua casa em Tel-Aviv e que se eu já tivesse retornado que ligasse para ela!
Conforme lhes contei, nessa época eu estava morando naquele kibutz e trabalhando na fábrica de pára-brisas à prova de balas. Alguém aqui já trabalhou em chão de fábrica? É duro, não? Aborrecido e exaustivo! Mas o que isso importava? Em breve eu estaria me divertindo com as histórias de Olga, e muito provavelmente degustando do cardápio russo, se é que me entendem…
Nessa época o uso de celulares era muito raro, e somente poucas pessoas faziam uso desse aparelho. Não era meu caso. Nem o de Olga! Mas dizem que quem tem boca vai a Roma, eu não queria ir a Roma, queria apenas ligar para Olga. Foi o que fiz! Pois, conversa vai, conversa vem, ela aceitou meu convite e veio visitar-me na sexta-feira.
Priviêt, Olga! Oi, Olga, em russo! Nos cumprimentamos e em seguida fomos para meu quarto para deixarmos sua mochila e para ela tomar um banho antes de irmos ao refeitório do kibutz para jantarmos. Refeitório? Sim, refeitório! Ou vocês pensam que estávamos em São Paulo, para irmos a um restaurante, hein?
Voltamos para o quarto e conversa vai, conversa vem, de repente, não mais do que de repente, já estávamos em uma confraternização intercultural! Devo confessar que minhas papilas gustativas esperavam mais daquele manjar russo, mas não me queixo não, afinal de contas, não seria educado! Ficamos juntos até sábado à noite e após, ela retornou à Tel-Aviv.
Eu trabalhava o dia inteiro na fábrica e como lhes disse, não tinha celular e tampouco telefone em meu quarto.
Então no domingo (em Israel domingo é dia útil), Olga telefonou para mim na fábrica. Vejam que engraçado: os telefonemas eram avisados por um sistema de alto falantes, diretamente da administração da fábrica...: GUIMEL, GUIMEL, TELEFONE‼! Sim, super discreto! Priviet Olga! Oi Olga! Tudo bem? … Ok, falamos semana que vem então! Paká! Tchau em russo! Ah eu sempre gentil…
Na segunda ela ligou de novo; uma vez… duas vezes… três vezes, porra! Então lhe pedi que não ligasse mais para a fabrica, já que não podia ser constantemente interrompido em meu trabalho, que isso não era bom para mim, que já estavam reclamando etc.
Terça -feira ela ligou de novo; uma vez… duas vezes… três vezes… Acho que naquela altura meu gerente já pensava em me transferir para o setor de telefonia… mesmo que esse setor ainda não existisse e talvez ficasse fora da fábrica… fora do Kibutz, talvez inclusive fora do país…
Assim que, conforme disse anteriormente que quem tem boca vai a Roma, fiz uso da minha e lhe disse gentilmente, que era muito ocupado e que naquele momento não queria namorar ninguém, meu foco era outro etc. Que ela, por favor, não me ligasse mais‼!
Vocês acham que fui insensível? Quem sabe, precipitado? Descortês? Não se preocupem, já que duas semanas após, ela apareceu no kibutz em uma sexta-feira, sem ser convidada e naturalmente, sem avisar.
Como eu não estava no quarto, estava na fábrica, claro! Mas minha vizinha, uma moça muito simpática, voluntária da Alemanha, recebeu Olga e convidou-a a ficar em seu quarto até que eu chegasse… Após dizer à minha vizinha que eu não tinha nada com isso e que não a receberia, não restou a simpática alemãzinha a gentileza de convidar Olga a dormir em sua habitação, já que era sexta-feira à noite e nesse dia, por ser Shabat, não tem transporte público… Olga ficou amiga de minha vizinha e me parece que, voltou uma vez mais a visitar o kibutz…
Pensem, portanto, duas vezes antes de se atirarem em uma liquidação e comprar um lindo blazer, e acreditem: não tem nada de mais em fazer uma viagenzinha de cinco horas, fechados em um avião, sem nada para fazer, ficando de bico fechado!
Mas se vocês não concordam comigo, chamem a Olga‼! Paká‼

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O VÉIO DA REPRESA

Mais uma história pro rol dos relacionamentos virtuais. Esta é do ano passado.
O véio da represa era um senhor dos seus 54 anos, que conheci - adivinha!!? - através de um site de relacionamentos virtuais.
Como tínhamos uma amiga em comum, logo combinamos de nos encontrar e nos conhecer pessoalmente.
Era um véio simpático, morador da zona sul de São Paulo, próximo à represa de Guarapiranga, um ex-rico. Cheio de maneirismos da época em que ainda tinha dinheiro. Sempre me contava histórias sobre seus amigos, alguns ricos, outros já pobres e doidos, e da forma como seu pai tinha perdido toda a fortuna da família. Ah! E de como ele trabalhava duro para manter um padrão, e sustentar a mãe, o irmão problemático, a irmã separada com seus 2 filhos, inclusive um sobrinho de 18 anos, o qual ele dava uns sopapos de vez em quando.
Era também ex-militar, que por desavenças na aeronáutica não conseguiu uma patente de brigadeiro, tendo de se contentar com uma patente menor até conseguir processar judicialmente todo o sistema para finalmente ser reconhecido como um grande oficial. Tinha mágoa disto, e de ser ex-rico, e de não poder mais ostentar como antes... mas me parecia um cara deveras conformado. Muito correto.
Fazia muita questão de me deixar bem claro o quanto bom filho ele era, levando sua santa mãezinha ao supermercado EXTRA todas as semanas, às vezes mais de uma vez por semana, e esperando pacientemente enquando ela fazia suas compras, com toda a boa paciência de um filho espetacular.
Ele era metade judeu por parte de mãe e agora que o pai havia falecido, estava voltando-se para a religião judaica, construindo elos de amizades com alguns religiosos e afins, para frequentar o métier.
Olha, na minha opinião esses são os piores dates. Os caras wanna be. Se bem que este até era, mas queria desesperadamente ser reconhecido como judeu. Fazia favores aos rabinos que conhecia, posava de bom moço judeu, ia à sinagoga, frequentava os eventos religiosos e puxava o saco de quem o colocasse numa posição de judeu praticante para dar uma satisfação de sua condição de origem e religiosa para a sociedade. Ou seja, um típico wanna be.
E nessas, ele procurava desesperadamente uma namorada judia.
É aí que eu entro.
Nos achamos, e com uma amiga em comum tudo ficava extremamente mais fácil.
Ele veio me buscar em casa, saímos e ele se mostrou extremamente cavalheiro, cordial, educado, com modos refinados. Gestos simples, que certamente ele devia ter praticado exaustivamente com a mãe, como abrir aporta do carro e andar pela rua do lado da calçada, foram despertando meu interesse.
Só uma coisa achava estranha, ele tinha o hábito de após sairmos para comer, me fazer pagar um café, ou um chocolate. Bom, alguma coisa eu tinha sempre que pagar. Mas relevei.
Pelo menos ele não tinha a mania, como o Véio do Rio (http://www.relacionamentosciberneticos.blogspot.com.br/2012/05/o-veio-do-rio.html), de andar sempre do meu lado esquerdo. Não me pergunte por que... só conheço duas criaturas que me acompanham obrigatoriamente pelo lado esquerdo: o Véio do Rio e a minha cachorra! No adestramento o certo é o animal andar do lado esquerdo do dono, então ela também tem essa mania.
Mas voltando ao assunto...
Após algumas saídas, eu estava bem travada em relação à novos conhecimentos. Minha habitual aversão ao contato físico andava a todo vapor, enquanto ele tentava decifrar o que se passava dentro da minha cabeça. Difícil, concordo, mas estávamos indo, num joguinho de sedução deveras interessante. Ele dizia que usava seu conhecimento de estratégia de guerra para me decifrar, e eu me divertia com aquilo, achando tudo muito interessante.
Um dia ele me convidou para uma festa na casa de uns amigos, todos mais velhos, mas um ambiente muito interessante, e devo confessar que achei até que estávamos criando alguma cumplicidade entre nós. Foi divertido, uma noite agradável.
Outro dia ele me acompanhou ao shopping, eu precisava fazer umas compras. Após o trabalho, ele me buscou em casa e fomos, lá pelas 19 hs ao shopping. Comprei o que precisava e não tendo jantado, logo pensei que iríamos comer alguma coisa ou pegar um cinema, enfim fazer um programinha de gente grande. Qual não foi a minha surpresa quando pouco antes das 20 hs ele me diz que precisava me deixar em casa pois tinha combinado de jantar com a mãe. Fiquei estupefata. Eu, no shopping, sem carro!, morrendo de fome, e o cara querendo me deixar em casa porque ia encontrar a mãe. Porra! Porque não avisou antes? Eu não precisava de companhia pra comprar um cobertor! Ninguém em sã consciência imagina que vai sair com um carinha (de 54 anos, diga-se de passagem) que está saindo há algum tempo e vai passar meia hora com ele no shopping só para comprar um cobertor! Né?? Bom, ele viu que eu estava com fome e me levou por fim para jantar. Mas só eu comi! Ele ia comer mais tarde com a mãe.
Bem, nos encontramos mais algumas vezes, jantamos, almoçamos, até que um dia na hora do almoço, muito agradável por sinal, combinamos de nos encontrar a noite. Eu pensei em sairmos a pé no bairro em que moro, que é cheio de restaurantezinhos e o convidei para me buscar em casa e conhecer meu apartamento. Nós não tínhamos nada um com o outro e eu juro por tudo que é mais sagrado como o convite não tinha segundas intenções. Só queria mostrar como eu moro, afinal gastei uma nota na reforma daquela porra de imóvel e adoro mostrar meu apartamento para os amigos.
Combinamos lá pelas 20 hs e ele me ligou próximo deste horário me dizendo que iria dar uma carona do Itaim à zona norte - uns 30 Km! para um amigo, na hora do rush!, e depois viria me encontrar. Eu pensei "ok" e fiquei em casa escrevendo um post para meu blog. Nem percebi o tempo passar. Após um tempo com o corpo doendo de digitar no notebook, fui verificar o horário: 21:30 hs! Fiquei imediatamente preocupada, será que havia acontecido alguma coisa? Liguei, nada. Liguei novamente depois de um tempo e ele atendeu, dizendo que estava com muita dor de cabeça e após deixar seu amigo na zona norte foi direto pra casa - na zona sul!! uns 50 Km!! E eu perguntei sobre a possibilidade de levantar o celular para me avisar que não viria, no que ele respondeu: eu ia ligar! mas estava com dor de cabeça... (ia ligar???). Tudo bem que o cara é da era pré-celular, mas acredito que ele saiba usar o telefone pra avisar que não vai aparecer!
Eu nem fiquei chateada que o cara não foi. Fiquei puta porque o cara não avisou! Não custava nada avisar! Ainda por cima um cara tão cavalheiro, tão educado? Será que ele surtou quando se mostrou cavalheiro ou quando foi extremamente deselegante?
Jekill and Hide.
E o pior, vendo que eu fiquei puta, ele fez o que? Sumiu! Incrível né?
Passados uns dias, foi meu aniversário. E ele reapareceu para falar parabéns.
Eu, que na minha ingenuidade sempre acho que posso ter passado do ponto, resolvi agir com mais delicadeza e dar uma nova chance para nós. Ele me parecia ainda interessado. E apesar de não sentir nenhuma atração física por aquele senhor, eu até pensei que de repente ele podia ser uma boa companhia, um cara interessante para ter ao meu lado. E fiz a cagada monumental de dar uma nova chance para nós.
Fui almoçar com ele e depois marcamos de conversar sobre nós, sobre o que havia acontecido até ali, de acertar as arestas. Combinamos um jantar e adivinha o que aconteceu? Isso mesmo pessoal!! Ele não apareceu e
Eu até liguei para saber por que ele não apareceu, já que me deixou esperando. E adivinhem mais uma vez???? Ele estava com quem??? com quem???? Issooooooo!!! Com a mãe!!! Voltando de uma porra de um jantar de shabat na casa de um dos religiosos de saco já bem puxado naquele dia.
Pensando bem, agradeço a Deus todos os dias pela sorte que tive! Foi Deus que mandou ele para a casa do religioso e tirou o estrupício do meu caminho num bonito dia de shabat.
E assim termina a histório do véio da lagoa.
Sem continuidade porque eu nunca mais vi este senhor. Deve estar com a mãe né!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O VÉIO DO RIO

Mais um capítulo para a série de relacionamentos virtuais.
Este senhor que eu conheci até que não era dos piores. E não tinha nenhuma semelhança com a novela Pantanal - apenas me aproveitei do título.
Um cara de meia idade, já beirando os seus 56 anos, viúvo, com muita vontade e disposição para iniciar um relacionamento, mesmo que à distância. Louvável.
Como o próprio título diz, ele era do Rio. Muito simpático, gostava mesmo era de conversar pelo telefone.
E é aí que entra o ponto de ruptura inicial. Eu detesto conversar pelo telefone.
Fico agoniada quando a conversa se estende para além da minha cota de paciência diária. Mas sou extremamente transparente. Eu falo tchau, eu aviso, eu dou plenos sinais de que não quero mais falar.
O problema é que as pessoas não ouvem os sinais. Não enxergam o que não querem ver. São tão egoístas e manipuladoras que acham que conseguem o querem por insistência, do jeito delas.
Bom, as primeiras conversas até que foram agradáveis.
Só fiquei puta mesmo no dia em que tendo avisado da minha aversão a longas conversas no telefone, ele me liga, no meio de meus ínfimos 4 dias de descanso no Guarujá, para onde havia viajado sozinha com o intuito de ter justamente um pouco de paz, e fica cerca de 50 minutos numa ligação interurbana, conversando sobre amenidades desinteressantes.
E é engraçado isso. Quando você não quer conversar, a pessoa consegue acertar justamente as horas em você menos pode falar. E ele ligava quando eu estava no banho, quando estava em reuniões importantíssimas de trabalho, e invariavelmente quando o viva voz do carro estava quebrado e eu não podia atender. Acho que é um dom que a pessoa possui de ligar nos piores momentos. Vai ver nem é uma coisa ruim, mas aquele que é acionado por via telefônica nestes piores momentos certamente tem um ímpeto assassino que dependendo da ocasião pode se transformar numa situação de difícil controle.
E olha, eu sou um docinho. Eu não sou grossa com as pessoas nem nada, mas um pouco de respeito à opinião alheia acho fundamental.
Outro dia minha mãe disse que me ouviu gritando no telefone com um cara o qual eu estava saindo (o Casagrande - http://relacionamentosciberneticos.blogspot.com.br/2012/05/o-casagrande-do-bom-retiro.html). Mas é claro que eu gritei! Depois de falar trezentas vezes com a voz calma, não tem boa alma que aguente. E depois falam que sou estúpida. Mas eu não sou! Juro!
Bom, o véio do Rio veio pra cá, para me conhecer. Combinamos que ele passaria um fim de semana por aqui.
Fui buscá-lo numa 6a feira a noite e saímos para um café. Agora me diz: por que um cara, de 56 anos, que conhece virtualmente alguém, acha que tem o DIREITO de sair com essa garota de mãos dadas num primeiro encontro e de ficar (argh!!) pegando na mão da pessoa e fazendo (ecaaa!!!) carinho. É óbvio que eu reagi mal a tais investidas. Não gosto que ninguém me encoste, ainda por cima um cara que nem conheço.
Muito bem, já desapontei o véio logo de imediato com a minha repelência. Mas fui delicada, não deixei de dar atenção, levei passear, ao shopping, ao cinema, e ele sempre tentando me encostar.
Aí me pergunto: será que a idade não lhe deu percepção? Será que a pessoa quer tanto uma coisa que fica cega aos sinais? Será que ele não percebeu que NÃO DEU LIGA?
A resposta é: NÃO. Não percebeu.
E assim passamos um fim de semana de merda. Eu levando o cara passear, fazendo sala, mais por respeito do que por qualquer outra coisa e o cara tentando até o último minuto me encostar (argh!).
Até que no domingo, antes de levá-lo ao aeroporto ele finalmente soltou: "confesso que fiquei um pouco chocado com seu jeito", e "devo lhe dizer que você me parece uma pessoa triste".
Meu, alguém pode ficar feliz com um véio que você mal conhece tentando te comer durante um fim de semana inteiro? e você só na esquiva?!!
Cara, é por isso que eu digo: tá foda encontrar alguém legal. Difícil mesmo.
Bom, o cara voltou pro Rio, e não pensem vocês que ele parou de me ligar. É, pessoal! Continuou ligando, tentando, falando: "olha, eu sumi por uns dias porque fui pra Argentina". Cara, eu nem tinha percebido que ele tinha sumido. Será que não dá pra perceber que a outra pessoa não tá caminhando ao seu lado? Esse é o tipo de cara que deixa o cachorro da Tia Edna preso no para-choque, com o diferencial que o Chevy Chase era pelo menos engraçado.
Um dia derradeiro ele me ligou. Pra variar, eu estava, é claro!, ocupadíssima. Atendi toda esbaforida, e era ele "terminando" nosso relacionamento. Disse que falaria muito rápido, que eu ouvisse mesmo estando ocupada. Eu mereço isso??!!! Ele ligou pra dizer que não ia mais ligar e ia apagar meu nome do seu msn (ai meu Deus!). E que foi muito legal o tempo que passamos nos falando e que quando eu fosse ao Rio ele estaria à disposição. E ainda que ele deveria ter me conhecido no tempo em que eu supostamente era do balacobaco, porque ele ainda é! - balacobaco?!! E eu no meio de uma reunião de trabalho importantíssima.
Bonito, mas totalmente desnecessário né!
Só posso dizer, em um filetinho de respeito que ainda me resta pelo véio, que logo nos primeiros contatos me pediu o número de um "fixo" (sinal derradeiro de mau agouro em qualquer relacionamento!):
- Véio, na boa, taí mais uma conta de telefone que poderia ter sido evitada!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O CASAGRANDE DO BOM RETIRO

Continuando minha série sobre relacionamentos, penso sinceramente que eu deveria construir um videoblog. Porque existem coisas que merecem ser contadas, pois são impossíveis de se escrever. Entonações de voz, nuances, são difíceis de se retratar, mas vou tentar.
Há algumas semanas conheci este rapaz, 39 anos, que me foi indicado por minha irmã. Ele havia escrito no perfil dela de um site de relacionamentos que por descuido continuava "on". E como ela já estava num relacionamento sério, me direcionou o infeliz.
Saímos.
O primeiro encontro foi ótimo, cheio de risadas e conversas light, me pareceu uma pessoa bem interessante. Ele falava com a voz do Casagrande, mas até aí ninguém é perfeito né?
Não era um rapaz bonito, meio gordo, careca, vinha de boné, pessimamente vestido, mas tem homem que é descuidado mesmo, e eu não me importo muito com isso à primeira vista. A conversa foi boa, fomos numa doceria, ele pagou a conta. Combinamos de nos encontrar novamente.
Alguns dias depois ele me liga e marcamos novo encontro. Todavia, como eu estava na casa da minha mãe, no subúrbio - uns 20 Km do centro da cidade - ele declinou do encontro e marcamos um jantar para o dia seguinte. Fomos num restaurante japonês e ele saiu reclamando um pouco da conta que tinha dado cerca de 50,00 reais para cada um.
É claro que eu acho que o homem tem de pagar a conta! Não é pelo dinheiro, mas sim pela gentileza. É o papel dele, do macho. Se bobear eu pago jantar pra ele e pra família toda em Paris, mas não acho pertinente nos primeiros encontros que se divida nada!
Também acho sinal de mau agouro quando o cara te liga no celular e pergunta qual é a sua operadora, para saber o quanto vai custar a ligação. Ou pior: pergunta se tem algum "fixo" em que possamos continuar a conversa! É o fim da picada. O prenúncio de um relacionamento destinado ao fracasso.
Mas como sempre eu ignoro os sinais. E sigo em frente. Na verdade eu não faço mais isso... mas naquela ocasião, eu ignorei bonito.
Passados mais uns dias ele me ligou para um novo encontro. Sairíamos num sábado a noite. Uau! Horário nobre! Adoro. Combinamos de nos falar após o meu trabalho de sábado para um cinema ou um jantar, e ele me ligou, em horário totalmente compatível - à tarde - de gente civilizada que quer combinar de verdade um encontro para a noite. Conversa vai e conversa vem, ele me propõe um cinema, na minha sala de cinema favorita, na Avenida Paulista! E, (descobri depois) sem ter visto nem sequer se o filme que iríamos ver estava passando lá, me propõe o seguinte (com a voz do Casão): "olha, vamos no Reserva Cultural, na Paulista, mas é o seguinte, acho melhor você ir de carro". Fiz um pequeno silêncio e perguntei "mas vamos sair sábado a noite em dois carros?" e ele logo emendou: "é porque da onde eu estou, é melhor eu pegar o metrô". Aí eu disse que ia pensar e, achando tudo aquilo muito estranho, desliguei o telefone.
Algumas horas depois ele me liga novamente e eu, que já tinha desanimado de sair com aquela magnífica proposta de divertimento, tinha ido para a casa da minha mãe, um pouco distante de São Paulo, mas perfeitamente dentro do expediente, principalmente num sábado a noite onde não há tanto trânsito para se chegar lá. E novamente com a voz do Casão: "sabe o que é 'Alicê', é que no sábado a noite tem muito trânsito, 'Alicê', onde você mora, 'Alicê', e eu não suporto ficar no trânsito, 'Alicê'"... Era isso mesmo: cada frase vinha recheada de trezentas menções ao meu nome, no início, no meio e no fim, e tudo isso com a voz do Casagrande.
Aí eu falei com toda a delicadeza que por ser mulher e estar cansada de trabalhar no sábado o dia inteiro, achava de bom tom que ele viesse sim me buscar, pois não era tão longe minha casa da dele, e perguntei - ainda com toda a delicadeza! - por que ele achava pertinente que eu ficasse no trânsito de São Paulo sozinha, dentro do meu carro, dirigindo, enquanto ele ia de metrô?. Nem cogitei o fato de que muito provavelmente EU é que o levaria para casa após o cinema (no meu carro!), fato este que estava louco para sair gritando pra fora, que nem um pinto com vontade de mijar.
Desculpe a grosseria.
Diante dos fatos e da cagada monumental que se personificou na sua forma demenciada de pensar, ele prontamente se colocou a favor de me buscar em casa. Só que aí eu estava na casa da minha mãe - só pra dificultar um pouquinho. E sábado a noite devo confessar que é muito melhor sair onde moram meus pais, não tem trânsito, nem filas, tem 2 shoppings, cinemas a vontade, e é um lugar bem bonito.
Bom, nem preciso dizer que o cara não veio né? Ele me disse no próprio sábado que só tinha vindo pra estes lados onde moram meus pais uma única vez, e que apesar de ser um lugar muito bem sinalizado e conhecido, estava com medinho de se perder, pois a única vez que ele tinha vindo aqui foi com a sua própria mãe ao volante. Como sair com a mãe dele estava fora dos meus planos, mesmo que de motorista, cancelamos tudo.
Neste dia fiz um dos programas mais legais dos últimos tempos, fui para São Paulo novamente ouvir soul music num barzinho lotado, cheio de gente bonita, na Vila Madalena. Depois, claro, voltei para a casa dos meus pais no subúrbio, o que não foi nenhum sacrifício. E dirigindo!
Como sou insistente, ainda encontrei o Casa mais uma vez. Ele foi me buscar em casa, em São Paulo, para tomarmos um café, mas olha que infelicidade: seu carro quebrou bem em frente da minha casa, me obrigando a convidá-lo para subir e fazer o café eu mesma. Aí ele veio com uma conversa assim: "vamos pro Guarujá 'Alicê'? É tão bom o Guarujá 'Alicê'! Eu fui pra lá essa fim de semana 'Alicê'! Fiquei numa hospedaria 'Alicê', muito boa 'Alicê'".
Aí eu perguntei: "mas se eu for, onde a gente vai ficar?", no que ele respondeu gaguejando "m-ma-mas o se-seu  pa-pai num tem apartamento lá?". Aí não perdi a deixa: "me-meu pa-pa-pai te-tem si-sim, e eu vou ficar lá. Quero saber na verdade onde é que VOCÊ vai ficar?".
Aí eu me pergunto: POR QUE EU NÃO PRESTO ATENÇÃO AOS SINAIS? por que insisto com coisas fadadas ao insucesso? e onde é que fabricam estes tipos de pessoas meu Deus? De duas uma: ou eu não pertenço a este planeta, ou estas pessoas definitivamente não são daqui! não é possível que exista gente assim.
E para finalizar tenho de confessar que o Casa continuou me ligando. A semana toda, mesmo eu dizendo que não queria mais sair com ele. Aí ele estava tão disposto a sair, que vinha me buscar até no inferno se eu quisesse. E quando eu comecei a enumerar os diversos motivos pelos quais eu não queria mais sair, ele me disse com todas as letras - e não é brincadeira! - que não queria me buscar na casa dos meus pais naquele dia fatídico porque pensava que eu iria colocá-lo para dentro de casa e apresentá-lo à toda minha família!
Meu Deus meu Deus meu Deus!
Meus pais estavam até viajando naquele dia, e de onde é que uma criatura em seus sentidos normais, pensa (pensa?) uma coisa dessas? Por que eu faria isso? Apresentar uma pessoa que mal conheço à minha família? Colocar um cara que só fala merda e com a voz do Casagrande! (nada contra o Casa hein), para dentro da casa dos meus pais e apresentá-lo como o que?
Puta que o pariu! Ou eu perdi alguma coisa, ou o mundo está povoado de alienígenas com déficits cognitivos.
Socorro!!!