quarta-feira, 20 de junho de 2012

A MOÇA DA CANGA PELA METADE

Esta história vai ser um pouco diferente das outras. Não é auto-biográfica.
Desde de que comecei a construir este blog, tenho recebido histórias das mais variadas pessoas para possíveis publicações; isso sem contar com a colaboração de meu querido e safado amigo Guimel. Rá! E olha que a grande maioria destas histórias são impagáveis. Boas mesmo.
É claro que não posso deixar de mencionar também as histórias que me foram contadas desde que manifestei interesse pelo assunto. Sempre que me sento numa rodinha entre amigos, sou supreendida por mais uma inédita! Ah! Como tenho me divertido nas últimas semanas!!
Bem, um amigo de outro amigo me surpreendeu um dia com uma destas pérolas que vou tentar contar da forma mais fiel.
O cenário é o mesmo: o site de relacionamento. Lá eles trocaram informações de contato e começaram a se corresponder.
A menina era um mistério, sexy, voz rouca, despertava milhões de desejos ocultos, visto que pela foto que ela tinha no perfil não dava pra deduzir muita coisa, pois, numa praia paradisíaca só era possível visualizar um pedaço da sua canga.
Mas sabe como homem fica com um pedaço de pano enrolando um corpo feminino né? Milhões de pensamentos aflorando numa velocidade estonteante, ele imaginava sempre o melhor. Uma mulher de parar o trânsito enrolada naquele pedaço de pano colorido, despertando todos os seus sentidos e desejos.
Pois bem, aí eu tenho de fazer um adendo...
E por falar em adendo, um dia, um desses homens-texto sobre os quais escrevo se descobriu na sua biografia. Nem preciso dizer que o cara me ligou soltando fogo pelas ventas e falando absurdos pra mim. Aí eu, que não perco uma deixa, lhe disse que por estar sendo extremamente agressivo, teria de fazer um adendo na sua história, uma complementação que por sinal, nunca fiz. E o rapaz magoadíssimo, não perdeu a oportunidade de me demonstrar novamente sua parca inteligência, quando me perguntou com toda a ingenuidade do mundo: "o que é 'adendo'?". Meu, a família do cara é culta! E eu pensando: onde estou? onde estou? onde estou? Porque na Terra é que eu não podia estar... o cara, dono de uma livraria, acho que nunca leu nenhum dos produtos que ele vende, nem mesmo a Bíblia Sagrada, meu Deus! E não deve ter abençoado nenhum de seus remédios... Explico rapidamente: há alguns anos, em um de meus plantões médicos de hospital público, um famoso padre da tv resolveu fazer, na missa das 6 hs da manhã, uma benção aos remédios. Funcionava assim: os telespectadores tinham que se posicionar com os remédios na frente do aparelho de tv e ouvir o padre abençoar seus remédios. Eu e o psiquiatra de plantão no pronto socorro do tal hospital público, assistindo a chamada para a tal da benção. Nisso o psiquiatra sai todo ofegante para a sua sala de atendimento, e eu vou atrás, crente que havia chegado alguma urgência. Quando chego na sala, está ele lá, sentado na sua mesa, fazendo uma anotação: "não esquecer de mandar os pacientes acordarem cedo e se posicionarem na frente das suas tvs com os seus respectivos "aldol" e "gardenal".
Bom, mas voltando à história original, o adendo era o seguinte: tive de perguntar ao meu colega o que uma deusa grega e gostosa, com um corpo escultural e uma canga que só aparecia pela metade na foto, estaria fazendo num site de relacionamentos?
Estes sites são interessantes por despertar a nossa curiosidade, mas na real, são repletos de pessoas desinteressantes. Já me dizia um outro amigo que pessoas normais e interessantes não precisam desse tipo de mídia. Por outro lado, quem de nós, simples mortais, nunca frequentou estes espaços? É uma ação que faz parte da nossa geração, é "normal". Acho!
E eles marcaram um encontro. A menina da canga pela metade e o meu colega.
Planos a mil, como ele é um cara esperto, já tinha um plano B para o caso de a moça ser uma tampa de bueiro.
E ELA ERA!
Ele chegou cedo e ela apareceu, sem a canga, com roupas largas, muito simpática dentro de seus mais de 100 Kg. Agora tudo fazia sentido, a canga pela metade, as fotos das mãos, dos cachorros, e de todos que não eram propriamente ela mesma.
Mulher tem dessas coisas, elas querem conquistar pelo que são e não pela aparência. O que elas mais detestam é quando o cara pede um foto de corpo inteiro. Acham superficial e ridículo. Já os caras querem se interessar pelo conjunto físico da obra. É por isso que não dá certo!
Imediatamente o plano B entrou em ação, e ele a levou num cinema no centro da cidade onde a possibilidade de encontrar algum conhecido era mínima.
Mas a Lei de Murphy foi feita para essas ocasiões e qual não foi a surpresa de meu colega quando, esperando a moça-tampa sair do banheiro, ele encontra com um casal de conhecidos. Imediatamente ele se vira de costas para o banheiro feminino, tentando ganhar um tempo no anonimato, até ela sair do recinto e localizá-lo. Coitado, tentava desesperadamente despistar o casal de conhecidos que emendava um assunto no outro, quando de repente sentiu as vibrações. No chão. Como um bate estaca numa construção, o chão vibrava cada vez mais perto dele, até que uma sombra redonda se fez sobre os três adultos que conversavam e o som parou. Ele olhou pro lado e a moça estava lá, toda sorridente. Pelo menos ela tinha assim como todos os quilos, todos os dentes também. Não deu pra disfarçar, e ele teve de apresentá-la aos amigos que até hoje não esquecem o ocorrido. Menos ainda quando souberam de toda a história. Eternizaram o fatídico encontro!
Agora vou me repetir: nada contra a moça ser gorda ou feia. Mas pra que mentir??? Por que colocar uma canga-armadilha na foto? E a menina era simpática até. Tudo bem que o cara foi ingênuo, mas a moça era um mestre na arte de ludibriar! Uma enganação física, feminina, diferente das enganações dos homens-texto, que primam pelos absurdos comportamentais.
Ele nunca mais a viu. Aprendeu a não confiar mais em fotos de cangas. E agora sempre pergunta para todas as suas dates se elas abençoaram os seus remédios.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O INÍCIO QUE NÃO TEVE COMEÇO - por Chai

Diálogo entre celulares: “É o Chai (meu nome fictício)”
Ela: “É a Gioconda??? (nome fictício de alguma conhecida do meu “presunto” par (não é “presumível”, porque eu misturo espanhol quando me convém, tá?, e, vocês entendem o “double sentido”,né?, considerando que sou judeu...))”
- Não, é o Chai. O CHAI, Shin (nome fictício dela).”
Sei que há problemas de comunicação entre o celular, mas o diálogo acima se repetiu umas 3 vezes, até que ela desligou. Liguei de volta e ela não atendeu.
Poderia fazer um parágrafo inteiro de como eu boto o nome da pessoa no celular junto ao número. É a primeira coisa que faço, para saber quem liga quando liga (aparece o nome e não o número). Faz sentido pra vocês, não? (aliás, este parágrafo foi acrescentado bem depois à história). Poderia discorrer daí sobre a importância que ela deu a mim...(mas não quero ser um Woody Allen moderno...).
Sim, vcs. dirão: pode haver problema de sinal e o som não tava bom. Verifiquei o sinal: nada, tava no máximo dos pauzinhos. Considerando que ela já fez coisa parecida antes, é presumível que seja feito de novo. Antes, eu mandei 2 torpedos no fim de semana, que ela não respondeu e, dias depois, mandou um aviso pelo facebook que só tinha visto meu torpedo “agora”, com uma carinha de pena (eu não sei por que fazem carinha de pena, se era isso mesmo que ela queria dizer...). Não sei por que tanto fingimento, vamos supor que ela tenha entre 30 e 40 anos, não é mais criança e nem eu sou mais pra ser tratado como tal.
Antes disso, já nos encontramos uma vez pessoalmente, jogo rápido porque eu tinha que ir à sinagoga. Ela chegou atrasada. Já não gostei, parece que ela gostou menos ainda de mim! O encontro, objetivamente falando rendeu só meia hora, mas até pareceu mais pela quantidade de informação que parece que ficou engasgada durante os dias prévios. Mas deixei ela falar... e ela não perdeu a oportunidade! Ótimo, parecia esperançoso, e como este espaço chama-se Expectativas (delas não pode se fugir), nada mais adequado a este espaço.
Da próxima vez, espero passar do prólogo. Mas aí não terá graça, ficaria muito comprido o texto.
Jewish Girls: dizem que são muito difíceis..... e são mesmoooo.

BBS... ÉPOCA BOA ESSA! - por Nikki

Era época de BBS (Bulletin Board System), não sei se vocês chegaram a conhecer. Era antes da internet, e você entrava em um provedor via modem (com aquele barulho insuportável). Entrei num grupo chamado MANDIC, um dos mais populares - bom, acho que era também um dos únicos naquel época. Comecei a participar de bate papos e resolvi ir a encontros.

Nos encontros você colocava uma etiqueta com seu "nick name" e ia conhecendo as pessoas, tipo nossa você que é a tal pessoa, puxa adorei te conhecer pessoalmente e etc... Bom num desses encontros conheci o Luis, super gato e simpático, lembro que seu nick name era Jean Michel Jarre!, e começamos a sair. O único problema, que eu achava, era que ele morava em Santos e trabalhava em SP. Comecei a encontrar com ele na Paulista e depois o deixava na rodoviária. Era muito bom, nos divertíamos e aproveitávamos cada momento, ele sempre me respeitando muito. Um belo dia resolvi convidá-lo para ir na minha casa, para arrumar meu computador (pois na época eu não arrumava computadores e ele já trabalhava na área).

Ele veio em casa, conheceu meus pais e eu já estava gostando dele.

Bom, nesse meio tempo fiz uma apresentação de canto (na época fazia aulas) e achei que ele não iria assistir, mas ele foi... só que o vi apenas na rua e achei estranho ele "fugir". Ainda assim, o chamei e saímos para casa do meu primo. Estava tudo ok, e eu ficando cada vez mais feliz, pois meu relacionamento anterior não estava dando certo!

Até que chegou o dia avassalador. Estávamos namorando no carro e ele falou o seguinte: “Nosso relacionamento está se tornando sério e é melhor pararmos por aqui”. Então eu falei, como assim? Por que? E ele me respondeu: "Sou casado e tenho 2 filhas, uma de 2 anos e outra de 1".

Eu fiquei passada, nem preciso dizer, falei para ele descer do carro e que não iria mais levá-lo a rodoviária e nem mais vê-lo, e o pior: ele é que ficou bravo!!! Tenha dó né!!! Cada uma!!! aff .

terça-feira, 12 de junho de 2012

MR. FAKE - O CARA DO ORKUT

Esse cara eu conheci há alguns anos, no finado Orkut. Lembram????Pois é, eu tinha perfil no Orkut, coisa que nunca revelei à ninguém. Tinha inclusive pouquíssimos amigos, pra não dar bandeira. No início fiz um perfil pro meu cachorro, com a foto dele, tipos de ração que ele gostava, jazz antigo que ele ouvia. Só percebi que a coisa era séria mesmo quando recebi uma série de congratulações pelo meu aniversário no dia do nascimento do meu próprio cachorro.
Foi só então que eu notei o calor humano que aquele site emanava. Agradeci imensamente as felicitações, explicando aos primeiros que postaram - já pouco depois da meia-noite - que o aniversário era do cachorro e não meu. Fiquei com medo de estar ludibriando as pessoas bondosas que me desejavam felicidades. Mas como as mensagens chegavam aos borbulhões e eu notei que ninguém ligava de quem era a porra do aniversário, comecei a agradecer os parabéns de todos, e agora faço aniversário oficialmente na data de nascimento do meu cachorro.
Bom, o fato é que tive sim vários perfis, em várias redes sociais, e conheci muita gente pela internet. Estou nesse mundo virtual desde 1994, então façam as contas de quanta coisa tenho para contar.
Esse carinha, muito bonitinho, o Sr. Fake, era um menino humilde, esforçado, do interior de Osasco.
Trabalhava pra valer, mas queria aparecer melhor do que realmente era na foto.
Ele entrou várias vezes no meu perfil até que criou coragem e me mandou um recadinho. Começamos então a trocar mensagens e ele me pareceu um cara com potencial. Explico: como diz minha sábia irmã, homem não vem pronto. Eles tem que vir com potencial. Se o cara tiver o potencial, a gente arruma o resto.
Combinamos depois de vários posts, de nos encontrar.
Até aí eu tinha visto e revisto todas as suas fotos e apesar da minha péssima memória fotográfica, guardei várias imagens do cara na minha cabeça: numa festa com amigos, brindando com champagne para o fotógrafo, usando roupas de grife... parecia um cara bem, bonitão e tudo. Um pouco mais novo que eu, mas até aí, tava valendo.
Nos encontramos num shopping e foi uma tarde agradabilíssima. Fomos ao cinema, tomamos café, ficamos conversando até bem tarde, até quase fechar o shopping.
Combinamos de nos encontrar de novo. Tínhamos gostado um do outro.
O grande problema é que ninguém consegue esconder a sua real situação por muito tempo né. Conversa vai e conversa vem, descobri que o cara não tinha carro, morava com a mãe, usava o carro da mãe e andava de ônibus pra lá e pra cá. Nada contra isso! Mas por que fingir ser uma coisa que não é? Por que???
Mais um pouco de conversa e de encontros furtivos, descubro que o malandro além de toda mentiralhada - mentiralhada: metralhada com mentira! - tinha uma namoradinha rica! E era dela o champagne da foto em que ele aparecia todo mauricinho bebendo!
Malandro é malandro e mané é mané!
E pelo visto a namoradinha era de antes de me conhecer. E o Sr. Fake, pelo visto também, era o Sr. Fake Plus, porque estava procurando sarna pra se coçar. Pô, o cara já tinha arrumado uma namorada rica conforme seus preceitos... então pra que - Dear Lord - se meter em confusão?
Resolvi então dar uma apimentada na relação - como me dizia o Véio do Rio (http://www.relacionamentosciberneticos.blogspot.com.br/2012/05/o-veio-do-rio.html). Só que no caso do Véio eu tinha sempre de perguntar qual era a relação que ele estava querendo apimentar, visto que não tínhamos nenhuma!
Comecei então a escrever posts públicos. Ué, a gente não estava saindo? Então não tínhamos nada a esconder.
Claro que eu não falava nada demais, mas escrevia como uma amiga (amiga íntima!), publicamente, já que o cara me enviava emails e me telefonava diariamente.
Resultado: no primeiro post já deu alteração, como diz meu pai. O cara ficou louco, a namoradinha corna mais louca ainda e... adivinhem!!! Fui deletada! O cara teve a coragem de me deletar, sem maiores explicações. E nem precisava, porque eu sabia muito bem o que estava acontecendo.
Só que para a minha completa desilusão, eu só fui deletada do tal do Orkut! Porque o infeliz do Sr. Fake Plus não parou de me ligar e nem de me convidar pra sair. Muito menos parou de exigir minha atenção no msn, um programinha de conversa virtual muito popular. E só tenho uma coisa pra dizer a respeito disso: porra! fez merda, a mina descobriu, deletou a mina? Então PÁRA de ligar pra ela! Deleta geral! É um favor que você faz pra comunidade feminina. Salvar a paciência de uma mulher é salvar a humanidade! Escreve aí o que eu tô dizendo!
Bom... então a situação era essa: eu, deletada, mas super requisitada, sem poder me manifestar publicamente, mas descendo a lenha no cara em private.
E olha só como o cara, com uma criatividade fora do comum, resolveu o problema (esse era um gênio mesmo!): ele criou um novo perfil, um que ninguém sabia da existência, e adivinhem! Me adicionou!!! Não é genial?
Até hoje fico impressionada com a pouca inteligência contida em alguns seres humanos.
Bom, depois disso, nunca mais falei com Sr. Fake Plus, deletei meu próprio perfil no Orkut, iniciei nova vida no Facebook, e qual não foi minha surpresa, alguns anos depois, ao receber um pedido de adição de um cara igualzinho a ele, agora morando na Austrália!
Olha, não sei se o cara venceu na vida, mas agora ele mora na Austrália. E parece que realmente assumiu que tem uma namorada. Outra, diferente da foto da primeira rica que ele namorou no Orkut.
E tendo em vista tudo o que aconteceu só posso dizer uma coisa: os aborígenes que se cuidem!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

AH, OS ARES DA MONTANHA... E O CAFÉ BRASILEIRO! - Por Guimel Mem

Gosto muito das montanhas; do ar puro, brisa agradável e tranqüilidade. Ah, os ares da montanha… Houve uma época em que vivi num lugar assim.
Esse lugar fica em uma região chamada "Montes de Judá", uma área no entorno de Jerusalém, cuja beleza reflete a santidade do local. Há inclusive uma canção religiosa, com sua frase principal extraída do Talmud (código de leis e conduta do judaísmo), que faz referência à essa área em especial; a canção diz: "Ainda escutaremos nos montes de Judá e no entorno de Jerusalém, com  toda a alegria e todo júbilo, todo noivo e toda noiva…" essa canção geralmente toca nos casamentos em Israel. Ah a poesia, ah, os ares da montanha…
Eu trabalhava como bartender, meio que responsável pelo lobby bar, em um dos hotéis dessa região, e vivia no kibutz, proprietário do mesmo. Era como um desses hotéis da serra, como em Teresópolis no Rio, Campos do Jordão em SP ou Gramado no RS. Eu estava feliz, e quando se está feliz, se faz bons amigos não é mesmo? Meu grande amigo e colega chamava-se Ítsik. 
Ítsik era membro do kibbutz e estava perto dos 50 anos de idade; era casado desde muito jovem e pai de 4 filhos. Uma pessoa sensacional! Acolhedor, amigo e um ótimo papo! Ele tinha apenas duas fraquezas, uma é que era fumante e para mim isso é uma fraqueza! A outra não me dizia respeito, já que, desejava e se esforçava para conquistar outras mulheres, se não por bom argumento, então, por melhor ainda, contratava e pagava por seus serviços… As fraquezas humanas dão cor à experiência da vida, concordam?
Penso que essa última fraqueza de meu amigo era devido ao casamento juvenil, a pouca experiência com outras mulheres e talvez também por DNA… Aqueles de vocês que gostam de ir a uma pizzaria de rodízio, entendem o que significa experimentar sabores variados em uma mesma experiência gastronômica. Eu já prefiro serviço A La Carte, escolho uma ótima pizza e degusto todos seus sabores lentamente, afinando o paladar. Rodízios, apesar da variedade oferecida, ao concluir a refeição, fica-se com a sensação desconfortável de ter comido muito e de não estar realmente saciado. Na pizza A La Carte, o sabor da mussarela é de mussarela e do manjericão, de manjericão. Mas gosto não se discute. Sim gente, já sei, alguns dirão: lamenta-se. Bem, seja como for!
Pois em uma dessas noites de inicio de primavera, já tarde da noite, eu fechei o bar e fiquei conversando com meu amigo já que ele estava trabalhando como auditor noturno (o computador faz praticamente tudo, só tem que apertar uns botões de vez em quando); e ele me disse que não teria movimento aquela noite no hotel. Esperava somente duas turistas da Holanda que deveriam chegar perto da uma da manhã. Elas eram funcionárias da HP. A loira mais alta era gerente de relacionamentos da empresa. Vou chamá-la de Zwolle, já que esse é o nome de uma cidade na Holanda e o nome dela não era mais fácil que isso! Seguimos conversando, trocando idéias, bebendo um chá com hortelã e Ítsik me convida para ficar mais tempo lá com ele, que talvez as turistas quisessem beber algo antes de se recolherem ao quarto e que se fossem bonitas, quem sabe, poderíamos oferecer algo mais… me entendem?
Uma e meia da manhã chega o táxi com as duas moças. Boa noite! Vocês fizeram boa viagem? Ah que bom! Imagino que em Amsterdã esteja mais frio que aqui etc. etc. Vocês gostariam de beber algo para relaxar da viagem? O bar está fechado, mas podemos abrir e oferecer a vocês uma bebidinha antes de irem dormir. É mesmo? Que simpático… bem, vamos aceitar então!
Pronto, isca lançada e fisgada, sentamo-nos os quatro no lobby e começamos a beber um vinho e jogar conversa fora. Meu amigo já estava em ponto de bala! Emocionado com o sucesso da operação! É hoje, pensava‼ Fomos para a segunda garrafa, e ninguém dando sinais de cansaço; experimentamos também um licor israelense e depois um choppinho em cima, já que não gostamos de ficar com aquele gosto muito doce na boca. Meu amigo já impaciente com toda essa demora, teve uma idéia brilhante! Que tal um banho de piscina agora? São mais de três da madrugada e ninguém vai nos ver! Todos adoraram a idéia. Então fomos para a piscina naquele friozinho da madrugada, água gelada etc. A primeira moça tirou a roupa e ficou apenas de calcinha e sutiã, atirou-se na piscina; eu mais do que depressa fiquei só de cueca e tchibum, entrei também. Meu amigo se acovardou do frio e resolveu não entrar. A outra moça, uma loira alta e bonita, também não quis entrar na piscina…
Voltamos todos ao lobby e tomamos mais vinho; uma saidera, entendem? Mas as coisas estavam devagar… acho que elas eram muito resistentes ao álcool… nessa altura do campeonato, meu amigo já havia praticamente desistido, já que todos conversávamos alegremente e obviamente insinuávamos que as coisas poderiam ficar inclusive mais divertidas etc. Elas conseguiam contornar a situação com elegância.
Já eram mais de quatro da manhã, os estoques de bebida já haviam baixado e estava na hora de uma atitude tipo: Ou dá ou desce! Afinal, todos já davam sinais de cansaço e tínhamos que ir cuidar de nossas vidas, não?
Então, eu tive a infalível idéia de convidar aquela moça loira, alta e bonita, gerente de relacionamentos da HP, já que ela era a mais comunicativa e me dava bola, para tomarmos um café brasileiro em minha casa, antes de irmos dormir. Minha casa era um bangalô estilo canadense, que ficava a poucos metros do hotel. Ela prontamente aceitou, enquanto a outra foi para seu quarto de hotel e meu amigo, muito frustrado com o resumo da noite, voltou à recepção. Afinal de contas a idéia e entusiasmo eram dele! E eu fiquei lá só para dar um suporte a ele. Mas a vida tem dessas coisas… Enfim…
Chegamos no meu bangalô e fomos diretamente para a cama. Rápido? Como, rápido? Estávamos desde a uma meia da manhã nesse chove não molha! 
Beijos para cá, beijos para lá, toques, carícias e estávamos eu só de cueca e ela de calcinha. Pega aqui, pega ali, aperta lá eu tento tirar a calcinha dela… ela resiste, diz que ainda não, que não queria… e eu pensando que fazia parte do joguinho, então continuei jogando, claro! De repente ela me diz: "Don't be so gentle with my teats!". Entenderam? Se vocês não entenderam, tenho um amigo que é ótimo professor de inglês e cobra apenas 70 reais por hora e… PÁRA‼! Isso aqui não é lugar para fazer merchandising‼ Aqui não é a Casas Bahia, viu? Pronto! Voltemos ao assunto que nos trás aqui hoje! Meu amigo professor me disse que a frase acima significa: não seja tão gentil com minhas tetas! O que que  é isso minha gente! Não ser muito gentil com… pode? Mas como naquela época eu atuava no ramo hoteleiro e talvez devido aos
diversos workshops a respeito de qualidade no atendimento, afinal, algo tinha entrado na minha cabeça dura; a cabeça pensante, fica claro! Então, atendi minha hóspede conforme sua vontade… entrementes, tentava tirar a calcinha dela, já que por enquanto parecia que só um dos jogadores estava ganhando, mas minha amiga não concordava… e assim foi até quase seis horas da manhã. Ela então decidiu ir dormir o restinho da noite em seu quarto de hotel, para que sua amiga não percebesse que ela havia se ausentado a noite toda. Na tarde seguinte, antes de fazer check-out ela veio ao bar tomar um café cortado. Meu café cortado era excelente; adoro café e preparava com muito gosto; além do que, era café Illy, meu favorito e… PÁRA‼ Já disse que comercial, não‼ Ok! Esqueci! Tomara que não esteja ficando com Alzeihmer, afinal, ainda tenho muito que contar…
Contei isso ao meu amigo, que ria sem parar. Fazíamos conjecturas do por quê ela não havia entrado na piscina e por que não quis tirar a calcinha… Seria medo de gripar-se? Teria alguma doença? Estaria menstruada? Quem sabe, preocupava-se com o corte de cabelo… vocês sabem como as mulheres se preocupam com o cabelo, não? Sei lá… o que sei é que até hoje não faço a mínima idéia da razão de sua atitude. Alguém arrisca um palpite?
Ainda bem que ninguém passou mal do café brasileiro servido em meu bangalô, afinal de contas, não ficaria bem para a imagem desse produto nacional tão amado pela população mundial; ainda mais em uma montanha tão linda, cheia de poesia e história. Um bom café quente tem seu valor, em uma noite fria nas montanhas! Não acham?